domingo, 1 de janeiro de 2012

complicada


Ela tinha em mente que tudo o que acontecera no passado lhe afetaria de alguma maneira. Com mais ou menos intensidade, de alguma maneira, aquilo que lhe ocorre hoje, incomodaria as feridas que ainda não haviam sido totalmente cicatrizadas. Sim, ela era complicada. Do tipo que menos se pode compreender. E não se incomodava ao ouvir isso de outras pessoas. Ela sabia que era.
Ela era medrosa. Achava que todas as pessoas que estava conhecendo agora fossem machucá-la como as outras pessoas já machucaram. Ou machucarão mais ainda. E tentava não se envolver/aproximar demais delas. De fato, nos últimos tempos ela se afastara tanto das pessoas que, dia desses, se pegou sozinha. Não de gente, mas de companhia. Por mais cercada de pessoas ela estivesse, mais se sentia sozinha.
Era estranho. Ninguém consegue preencher o vazio que há nela. Ninguém consegue deixá-la nervosa e ansiosa por não cumprir as promessas feitas. Ninguém. A não ser aqueles que ela fez questão de manter longe, por precaução. Eles permaneciam em sua mente, lhe questionando o motivo de não fazer parte da vida dela. E ela não tinha resposta. Ela sabia que andava errando - e muito - com relação a isso. Tentaria mudar? Talvez. Mas deveria. Antes de perceber que, algumas coisas, simplesmente, não voltam a acontecer.

Vanessa Mano.}

Nenhum comentário:

Postar um comentário